Tudo estava desmoronando. Olhei para o céu, e não via mais nada, além de um grande buraco parecendo que a qualquer hora estaria pronto para sugar tudo que há aqui nesse mundo. Tirei o cabelo do rosto, mas em vão, com aquela ventania, nada que fosse suficientemente pesado ficaria parado, quieto. E tudo o que eu queria era não ter olhado para trás. Eu vi ela. Não era para ser tão dramático, mas eu olhei, e estremeci. Parecia coisa de outro mundo, milhões de pensamentos passavam em menos de um segundo na minha cabeça, e eu achei que talvez estivesse ficando louca. Mas não. Eu olhei ao redor de novo, e senti o ambiente, estava um tempo que eu acharia até muito bonito, frio, úmido, mas mesmo do jeito que estava vestida - sem agasalho -, eu não sentia nada. Só estava tudo muito estranho, e incrivelmente, parei de me lamentar. Ouvi ela murmurar um "Vamos", e me virei de novo, tentando dizer algo como "Mas já? O que houve? Por que tão logo?" E em minha resposta, "Porque as coisas são assim, aconteceu o que aconteceu." Logo vi que seria inútil insistir, resistir. Então fui. Estava meio chocada, mas sem medo, e fui. Não ficaria pior. Nada ficaria pior.
domingo, 30 de agosto de 2009
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